Ninguém percebe Sampaio.
Jorge Sampaio decidiu, dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas.
Decidiu ao fim de 4 meses onde contribuiu, decisivamente para legitimar o trespasse da governação de um país, feito por um ex primeiro-ministro em fuga vergado por uma
estrondosa derrota nas eleições europeias e
um politico especializado na sua própria intuição, especialista em semear crises, mau gestor da coisa pública e sobretudo desleal conforme foi acusado por um do seus mais próximos colaboradores.
Hoje muitos dirão: “mais vale tarde que nunca”, “finalmente acordou” etc. etc. etc.
Mas o reconhecimento do erro, que só a Jorge Sampaio pode ser imputado, depois de
escutar tantas individualidades não o iliba do contributo que deu para a descredibilização das instituições democráticas e da credibilidade governativa.
Mais:
Esta história toda, faz-nos aperceber: que toda uma conjuntura política foi desperdiçada.
Com Ferro Rodrigues, na liderança do PS havia uma possibilidade real de se formar um Governo de coligação de Esquerda, que pudesse protagonizar uma política realmente diferente.
Diferente porque seria com certeza contra a mediocridade, contra o fado da tristeza, contra a exclusão e a regressão social que nos querem impor, contra a pobreza e a desigualdade.
Hoje, o cenário é completamente diferente.
No PS, os seus militantes cientes que a hora de se sentarem à mesa do poder tarda em chegar, optou por ganhar votos aos eleitores do centro direita descontentes com a desgovernação de Santana Lopes, basicamente a fórmula é a mesma do tempo de António Guterres.
À esquerda o PC cada vez mais fala para dentro e o Bloco arrisca-se desta maneira sem fazer coligação pré-eleitoral a ser a terceira maior força no Parlamento.
Em nome da “
estabilidade governativa” antevê-se um triste fim de mandato para Jorge Sampaio.
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