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ESTACA ZERO


sexta-feira, fevereiro 03, 2006

As portas que Abril Abriu.....

Não sei como os outros se sentem, mas eu sinto-me derrotado.

Derrotado com a maioria das reacções que me apercebo, um misto de… um encolher de ombros e uma apatia desmedida de quem já esperava que Cavaco fosse eleito à primeira volta.

Confesso porém, que nunca acreditei no que era vaticinado ao longo dos últimos meses pelos analistas cá do burgo, que o diziam vencedor à primeira por 60 % (ou mais), depois apenas teve 50,59 %, ou seja: 2.745.491 votantes num universo de 8.830.706 eleitores.

Mas, estou com a consciência tranquila de que votei com toda a confiança na pessoa que reunia as melhores qualidades para exercer o cargo de Presidente da República, num país brutalmente sacado ao longo dos últimos 30 anos.

O comportamento do povo português, absolutamente dependente de circunstâncias casuais ou fortuitas, ficou uma vez mais claramente provado nestas eleições, onde menos de um ano depois de dar a 1ª e única (espero) maioria absoluta ao Partido Socialista, dá agora igual maioria ao candidato dos partidos contrários.

Com a direita toda no bolso (ou talvez não) Cavaco apostou e ganhou logo à primeira. Para tal não hesitou em se proclamar um defensor da coesão e justiça social, da solidariedade, da igualdade de oportunidades, contra a xenofobia e o racismo, só faltou mesmo cantar a Internacional não se pode deixar de reconhecer que é um grande artista.

Mas "é disto que o meu povo gosta" agora não há volta a dar, 2.745.491 eleitores chegaram para eleger Presidente da República um candidato que sempre procurou esconder os partidos, os interesses e as bandeiras dos que o apoiaram.

Soares foi o grande derrotado. Ainda hoje está a pensar em como foi rabeado pelo partido que ajudou a fundar. Não sei se percebeu, aos 81 anos, que a população rapidamente esqueceu a década da oportunidade perdida que foi o cavaquismo, mas não esquece dos anos em que ele foi o homem dos momentos difíceis, não dos momentos fáceis...

Parabéns a Sócrates, um verdadeiro engenheiro de resultados eleitorais, a Alegre e ao seu cocktail de ideais patrióticas, memoriais e anti-partidos. Um milhão de votos recompensaram o pior dos seis candidatos, o que não tinha um projecto para além do seu orgulho ferido.

Bem hajam! Pode ser que um dia lhes façam justiça...

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