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ESTACA ZERO


terça-feira, abril 05, 2005

fo***-**!!! Com tamanho “galo” o homem arrisca-se a ser o mais recente mito do futebol português.

Mourinho já era agora o futebol português, quer se queira, quer não, já tem um novo mito. Falo, como é demasiado óbvio, do notabilíssimo treinador Luís Camposde , que, apesar dos seus tenros quarenta e um anos, se assume desde já como um case study do futebol, transcendendo mesmo as fronteiras de Portugal.

Nascido em Setembro de 1964, Luís licenciou-se em Desporto e decidiu, como muitos jovens da sua idade licenciados em Desporto e não só, ser treinador de futebol. A sua carreira inicia-se no Esposende, na época de 1994/95, conseguindo-os levar a um honroso 4º lugar na Segunda Divisão B. A ascensão fulgurante do Esposende leva-o para a Vila das Aves onde orienta o Desportivo local na Liga de Honra. Duas épocas na Vila, um regresso ao Esposende, e o correspondente estalar do chicote, um salto até Leça, outro até Penafiel e por fim a estreia na primeiríssima liga. É aqui que Luís começa por se assumir como um personagem peculiar. Estamos no ano de 2001/2002 e Luís orienta o Gil Vicente. Meia dúzia de jogos engraçados e a imediata colagem à lendária nouvelle vague de treinadores portugueses, colagem essa que Luís não refuta. Antes pelo contrário, a vai alimentando.

Eis nos, então, na memorável época de 2002-2003, idade da luz e das trevas do esplendor Luísiano. Continuando a colagem aos nomes da verdadeira nouvelle vague de treinadores portugueses, onde José “Eu Fiz um Pacto com o Diabo” Mourinho ia espalhando classe, Luís assume uma pretensa amizade com o actual treinador do Chelsea. Em declarações ao Mais Futebol, profere: «Tenho respeito e admiração como colega de profissão e amizade por uma pessoa com carácter, amigo e frontal (…). É um relacionamento que tem poucos anos, mas de amizade, e que tem vindo a crescer (…). Conhecemo-nos nos encontros de treinadores e nos cursos e a admiração entre um e outro foi crescendo aos poucos». Admiração que colheu reciprocidade na entrevista que Mourinho – adepto confesso da escola cínica – deu a A Bola em quase dois anos depois, em Janeiro de 2005, onde diz que só é amigo de Vítor Pontes.

A época de 2002-2003 traria, porém, aquele que é por muitos considerado um facto heróico no futebol português: à pergunta “que treinador consegue descer de divisão não uma, não duas, mas três equipas na mesma época?”, a resposta é clara : Luís.

Com efeito, o treinador começa a cavar a sepultura do histórico Vitória de Setúbal, cidade de onde prontamente – mas não atempadamente - é saneado. Regressa para mais perto da sua terra natal, orientando, até final da época um Varzim que conseguira uma primeira volta poderosa, com Pepa, Hilário, Quim Berto e Mendonça em grande destaque. Campos encarrega-se de sepultar o caixão e tapar a urna, conseguindo descer os Lobos do Mar, facto saudado com foguetes em Vila do Conde.

E chegados aqui, a pergunta impõe-se: e qual foi a terceira equipa que Luís endossou à liga de honra? Muitos especialistas ficam-se por estas duas, mas eu vou mais longe e digo a alta e viva voz: o Santa Clara. Vejamos porquê: dia 25 de Maio de 2003: o Varzim recebe a Briosa de Artur Jorge e o poeta impõe um categórico 3-0 aos Lobos do Mar. O Setúbal ex de Luís, alguns jogos antes, havia já assinado a sua sentença descendente. A permanência varzinista ficava adiada para a última jornada, a 1 de Junho, num duelo de aflitos com o Santa Clara, no Estádio de S. Miguel. Se o Varzim ganhasse, safava-se desde que a Académica perdesse, o que não aconteceu; se o Santa Clara ganhasse, os açorianos safavam-se; se empatassem, caíam os dois. Ora, que cenário mais Luisiano poderia acontecer? Nada mais, nada menos que o famigerado, delirante, cósmico empate a dois golos. Num ápice, Luís, caía e fazia cair quem com ele estava, isto depois de já ter feito metade do trabalho em terras do Sado.

Hoje, e depois de uma "devastada" em Barcelos com efeitos à vista (a 7 jornadas do fim da prova, luta para não descer de divisão), os actos transcendentais de Luís encontraram oferta de trabalho na cidade de Aveiro, de onde, se demitiu à 27ª jornada, prenunciando mais um case study na profícua e curta carreira deste homem, especialista em ganhar jogos ao Benfica. Assim se cria o mito.

Odiado por muitos em Varzim, Setúbal, Ponta Delgada, Barcelos e Aveiro e amado com um sorriso sincero por todos restantes que o pretendem ver longe dos seus clubes de eleição.

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