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ESTACA ZERO


quarta-feira, maio 25, 2005

E não se arranja nada para o Professor?

Agora que se fala tanto de este "magano” e do que fez pelo PAÍS a favor do bem-estar, dos direitos, das liberdades, da justiça da igualdade social (entre outras), dos portugueses. Faz todo o sentido o cargo para quando estalar a guerra civil ou um golpe de Estado em Portugal.

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terça-feira, maio 24, 2005

O futebol não é patinagem artística...

Uma vez mais, a incapacidade das autoridades policiais deu ensejo a que um bando de facínoras energúmenos pusessem em risco a integridade física de largas dezenas de cidadãos em festa.

Desde quinta-feira que é sabida publicamente que os Super Javardos tinham comunicado, de forma velada, no seu site, que não permitiriam festejos de mais, ninguém na Avenida dos Aliados.

“E esta merda é toda nossa. Olé! Olé!” ou “…vão pá puta da vossa terra”

Roncavam alguns dos marginais. De premeio, outros armados de paus queimavam bandeiras e cascois do clube que acabava de se sagrar campeão nacional, numa previsível (menos para as autoridades) premeditada manobra de intimidação.

Esta escória social “super-javardos” pelos vistos são a tropa avançada, a tropa de elite, o braço armado do FCP, congregam nas suas fileiras alguns dos maiores rufias da cidade, muitos deles referenciados com os negócios da noite. Movem-se com uma impunidade que, por muito que seja denunciada, não pára de surpreender.

Salta à vista, que esta escumalha, ladra quando mandam ladrar e morde quando mandam morder.

Da parte dos dirigentes que os alimentam um brutal abismo de silencio. É por causa de acontecimentos como os de domingo, que o FCP, passados os êxitos internacionais desportivos, continua a ser um mero clube de "bairro" um pouco expandido aos arredores do Porto e não um clube com implantação nacional e mundial como o Glorioso SLB.

É óbvio que nada há esperar, de uma eventual apresentação de uma queixa-crime contra o já chamado Gang do Olival.

P.S. No fim do campeonato José Couceiro viu recompensada a postura de lambe botas. É merecida

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sexta-feira, maio 20, 2005

Vamos ver se o próximo Boavista-Benfica não é o exemplo de como o FCP, brilhantemente encabeçado pelo seu (agora contido) Presidente, ganha o campeonato na última jornada.

No passado recente a coisa funcionava mais ou menos assim:

Primeiro encontra-se um qualquer tema que gere polémica e que possa incendiar o ambiente;

Depois, utilizam-se tudo, Jornais, Rádios, Televisões para passar a mensagem;

Quando a coisa já está suficientemente quente, ainda se utilizam outros estratagemas como por exemplo, o recente comunicado da claque portista SuperDragões, os Ultras portistas vêm "convidar" os adeptos do clube a descerem aos Aliados para comemorar... independentemente do resultado da equipa.

Tudo bons rapazes! Estes SuperDragões são os menos que invadem treinos da equipa principal, tentam agredir jogadores da própria equipa, cospem no antigo treinador que tantos títulos lhes deu, escoltam o Presidente ao tribunal e acompanham à Luz a sua " Carolina " ao que parece movida a champanhe.....

São os que prometem manifestações, em frente ao Tribunal, coisa que para eles não é novo, já o fizeram em frente há Câmara quando o Presidente do FCP andava em guerra com Rui Rio.

São a tropa avançada, aquela coisa a que é vulgar chamar braço armado……

Só isso, é já caso de polícia!

Em relação a temas polémicos ou há utilização dos meios de comunicação a seu belo prazer para difundir o recado, estamos conversados, uma vez que os sintomas ainda não se manifestaram. O processo “Apito Dourado” parece ter dado uma ajuda: figuras que têm gravitado com demasiado à-vontade nos meandros do futebol, julgavam que nunca ninguém lhes ousaria tocar. Hoje já não pensarão assim: basta atender para as intervenções públicas dos intervenientes e rapidamente se percebe que agora têm muito mais tento na lingua e nos bitates que mandam.

Já no que toca a estratagemas manhosos, estamos perante um caso a fazer lembrar o tempo em que um tal guarda Abel era convocado para bater nos dirigentes do Benfica fazendo com que estes tivessem de sair do Estádio das Antas escondidos na ambulância, ou ainda quando a cabine onde os jogadores do Benfica se equipavam aparecia infestada de Éter tendo estes de se equipar nos corredores.

Serenamente a mensagem encapotada de José “Queixas” Couceiro vai passando.

Sábado o Benfica vai jogar os últimos 90 minutos do campeonato mais singular de que há memória, contra uma equipa que pratica um futebol nulo, com uma média impressionante de faltas por jogo... adepta da técnica dos três C's: canelada, cotovelada e cabeçada, fiel interprete da filosofia de anti-jogo e anti-futebol desenvolvido pelo seu ex treinador ao longo de anos “que mais importante do que jogar a bola é acertar no adversário para podermos vencer por knock-out”.

E para ajuizar esse tipo de jogo foi escolhido Pedro Henriques.

Conotado como um bom arbitro, Pedro Henriques é adepto do deixar jogar, “em nome do espectáculo”. Fê-lo no passado como por exemplo,o episódio que se passou na época de 2002/03

Relembremos

"Contextualizando a situação, o nome de Pedro Henriques surge por ter ‘pulado’ três lugares na classificação dos árbitros (de 6.º para 3.º) referente a 2002/03, após alegado pedido expresso de Pinto da Costa a Pinto de Sousa, presidente do CA da FPF. Tal pedido terá sido feito após a final da Taça dessa época – que o FC Porto ganhou por 1-0 – , um jogo que não terá corrido especialmente bem a Pedro Henriques. Este episódio, de resto, está na base da indiciação do presidente do FC Porto como arguido do processo ‘Apito Dourado’. A final da Taça de 2002/03, ganha pelo FC Porto à União de Leiria, por 1-0, fez espoletar a situação. Pedro Henriques reconheceu logo após o jogo não ter estado bem"

Condescendi no aspecto disciplinar, em nome do espectáculo. Não quis mostrar dois cartões amarelos logo de início, e depois, para não mudar o critério a meio do jogo, acabei por ser brando. Casos contrário alguns jogadores não teriam acabado o jogo”.

Espero que no sábado que este senhor não aplique o "princípio habitual" de condescender.

Se um árbitro vê é para marcar se não vê o que os outros vêm é porque é incompetente, se vê e não marcou então estamos perante erros profissionais de enorme magnitude e isso têm nome.

É cedo para tirar conclusões. Mas que não há almoços grátis. Isso não há!

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sexta-feira, maio 13, 2005

Se alguém ainda tinha dúvidas.......

A mim, que já fui sócio durante muitos anos, pouco me interessa se vamos ser ou não campeões no próximo fim-de-semana. Como simpatizante nada muda em termos do amor ao clube, mas a verdade é que: uma equipa que comete tantos erros no campo não merece ser campeã.

Quando há cinco jornadas a onda vermelha parecia imparável, eis que um golpe de teatro, primeiro em Rio Ave depois em casa com a risível equipa do União de Leiria, nos coloca à beira do jogo mais delicioso dos últimos anos.

Tudo por culpa de uma equipa que se deleita em criar cenários dignos de serem apreciados por qualquer amante de Hitchcock.

No último fim-de-semana (a exemplo de outros) o Benfica, teve uma boa oportunidade para manter a distância pontual em relação ao segundo classificado (poderia até ter dilatado a vantagem para o terceiro), de modo a atingir o agora considerado “jogo do ano” com a possibilidade de quer a vitória como o empate lhe servir nas contas do título.

Teve mas não quis. Assim, o derby de sábado será disputado por um Benfica que insiste em afirmar “não queremos nada com o 1º lugar“, frente a um Sporting motivado pelos sucessos internos e pela Vaca de Alkmaar.

Depois dos resultados da 32ª jornada existem apenas duas certezas: só haverá campeão na próxima ronda se o F.C. Porto não ganhar em Vila do Conde e apenas Benfica e Sporting podem aspirar a festejar o título a seguir ao «derby» do próximo sábado.

No final do jogo contra o Penafiel, na entrevista flash para a TVI, (julgo) Giovanni Trapattoni, disse qualquer coisa do género “havia que tirar conclusões com os erros cometidos na partida”.

Erros! Mas quais erros? Só comete erros quem faz alguma coisa. E o clube da Luz, pura e simplesmente não faz niente! Todos temos na memória e na voz “indignados” jogos como o de Belém, Barcelos ou ainda a mítica vitória em pleno estádio da Luz por 2-0 obtido, na 18ª jornada pelo “génio” de Luís Campos, o mesmo que aqui falei.

Se alguém ainda tinha dúvidas, em relação à capacidade de Trapattoni, a Superliga demonstrou que o enorme currículo do italiano, se deve mais aos grandes jogadores que sempre teve à sua disposição, do que, às suas capacidades como treinador. Não tenho qualquer duvida que Álvaro “seis dedos” Magalhães não faria pior, de certeza!

Infelizmente para mim e alguns milhões, só podemos concluir que estamos perante um treinador mediano e um conjunto de exemplares do mais típico e estereotipado jogador de futebol, burro como as portas, espremidos até medula do qual é impossível esperar mais.

Durante a toda a época, o Benfica viveu acima das suas possibilidades, um pouco à custa do demérito dos adversários. Agora, é chegada a hora da verdade sendo certo que, de nada serve ganhar ao Sporting para de seguida ir perder ao Bessa.

Neste momento, nada mais resta ao Benfica do que jogar ao ataque, dar tudo por tudo, como diz o brasileiro “vai ter de meter a carne toda no assador”, só assim, e pode ser tarde, perseveram intacta a possibilidade de serem campeões.

Amanhã na Luz vão estar milhares de grandes benfiquistas. Daqueles benfiquistas a sério, daqueles que vão devidamente equipados com cachecol ou camisolas do glorioso, e que gritam e cantam até à rouquidão. Eu, nem pela televisão vou assistir ao jogo – para não dar galo – e depois continuaremos a ser do Glorioso, aconteça o que acontecer.

Alé Benfica….Alé!!!
Alé Benfica….Alé!!!
Alé Benfica….Alé!!!
Glorioso SLB

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sexta-feira, maio 06, 2005

manuéis, analfabetos, primatas………..



Depois de exportarmos gerações de emigrantes de senhores manuéis, de bigode, degustadores de bacalhau amantes do vinho e apreciadores do vira, eis que agora um talentoso historiador concede uma entrevista onde define exactamente que tipo de povo somos.

Hermano Saraiva é mediático. Ou melhor, habituamo-nos, após anos de insistência da televisão pública, a vê-lo no pequeno ecrã apresentar autenticas lições da história de Portugal, ao melhor estilo da tríade “Deus, Pátria, Família”.

A comunicação que o homem estabelece com os telespectadores é de tal forma empolgada que transmite a ideia aos primatas de que, tudo o que afirma é uma verdade inquestionável.

No essencial o tipo de linguagem é a mesma que certa estirpe em Portugal, utiliza para minimizar as capacidades intelectuais dos outros.

«A democracia quer dizer que o maior número tem razão. Neste país de analfabetos, o maior número é de primatas e são eles que mandam»
(extrato de entrevista retirado do site econac)

Deveria o “iluminado” historiador, ex-ministro da Educação e admirador confesso de Oliveira Salazar afirmar que também contribuiu para os primatas e analfabetos, nomeadamente quando mandou abafar os movimentos estudantis e o direito à contestação dos estudantes.

Porque as coisas se fazem da memória, vamos lembrar alguns aspectos de como se vivia em Portugal no “saudoso” tempo. Talvez se entenda algumas das causas, para a cultura do lixo em que vivemos.

É vulgar dizer que tudo ou quase tudo começa na escola, então:

Aspectos da vida nas Escolas :
Não havia turmas mistas (a não ser no então chamado Curso Complementa); os pátios de recreio também não eram mistos; em reuniões artísticos havia censura prévia das autoridades escolares (nomeadas pelo Governo) aos textos a declamar ou representar pelos alunos; estavam proibidas as Associações de Estudantes do Ensino Secundário; as alunas e, em algumas escolas, as professoras, tinham de usar bata tipo uniforme. Não eram admitidas na escola se vestissem calças; quanto às associações de estudantes universitários, eram fortemente vigiadas e em algumas vezes encerradas; havia polícias nas universidades; nas escolas primárias cumprimentava-se o professor e os retratos obrigatórios de Salazar e do Presidente da República; a igreja que tão humildemente caminhou ao lado de Salazar, marcava presença destacada com um crucifixo colocado a meio dos dois retratos.

A Situação das Mulheres:
As mulheres primeiro dependiam juridicamente dos pais e, depois, dos maridos; as relações na família eram de ausência de direitos iguais face, por exemplo, à escolha do domicílio ou à educação dos filhos que era decidida pelo pai; mulher casada não tinha passaporte individual e só podia ausentar-se para o estrangeiro com autorização escrita do marido; as professoras do ensino primário, tinham de ter autorização do governo para casar. E as enfermeiras não podiam casar; as pessoas casadas pela Igreja (a maioria) não podiam divorciar-se e voltar a casar pelo civil. Podiam, naturalmente, separar-se e arranjar outras famílias - mas ficavam sempre em posição não reconhecida juridicamente pela lei e os filhos de nova ligação ou eram considerados ilegítimos (mal vistos pela sociedade e sem quaisquer direitos a herança e protecção dos pais)

Governos legitimados por eleições não havia! Simplesmente porque, não havia partidos políticos de oposição legais.
Não havendo partidos com vida regular autorizada, também não poderia haver eleições democráticas; não havia acesso aos cadernos eleitorais e por isso a oposição não podia controlar a sua correcção; não havia eleições autárquicas nem para as Câmaras Municipais, nem para as Juntas de Freguesia. Presidentes da Câmara e Presidentes das Juntas de Freguesia eram nomeados pelo governo. Nas aldeias, existia também uma espécie de ‘ministro’ ou prefeito, chamado «regedor», encarregado de manter a ordem, chamar a Guarda republicana em caso de desordem…. ”Pela Lei e Pela Grei

Só votavam, os chefes de família (o pai), que usufruíssem de determinado rendimento anual e com a 4ªclasse feita (durante muito tempo o ensino não foi obrigatório) por isso ainda há tantos analfabetos e primatas. Mulheres, excepto as chefes de família (solteiras ou viúvas) ou as que tivessem uma profissão remunerada, os pobres e os analfabetos ficavam em casa. Podiam também votar os funcionários e funcionárias do Estado. Os tais, que eram obrigados a uma declaração de fidelidade ao regime. Não havia Liberdade de imprensa, Salazar instituiu, por decreto a censura prévia a todas as publicações.

O regime de Salazar cedo entendeu que para consolidar a ideologia, teria a par da vinculação ideológica do Estado Novo na escola, de controlar a juventude fora dela. Fê-lo com ao criar uma Organização de inscrição obrigatória para todos os estudantes e de cunho para-militar. A Mocidade Portuguesa e a Mocidade Portuguesa Feminina.

Cultivava-se, por um lado, um patriotismo risível:

“nós, portugueses éramos o povo entre todos escolhido para povo do Senhor, os melhores do mundo, os que sempre tínhamos tido Deus do nosso lado (desde o milagre de Ourique) e sempre tínhamos feito o bem, por idealismo, levando desinteressadamente a civilização aos desgraçados dos pretos e outras raças, na África, na Ásia, no Brasil...ao contrário dos outros povos, os maus, que só se moviam por interesses económicos, pouco nobres”

e por outro lado, o sentido do dever de obediência aos chefes.

Mas, para além destes eficientíssimos instrumentos de controle do pensamento e da inteligência, havia também, para quem conseguia furar o bloqueio, instrumentos repressivos muito eficientes. Refiro-me à Legião Portuguesa, tropa de elite à boa maneira das SS de Hitler e sobretudo à polícia secreta conhecida por PIDE/DGS.
A PIDE/DGS, funcionava com base numa rede tentacular de “bufos” que, a troco de salário, espiavam todos. O clima era tal que ninguém ousava exprimir opiniões, nunca se podia ter a certeza se o amigo com quem se estava seria ou não bufo.

Lá fora, Salazar, foi senhor de um vasto império. Este Império circunscrevia - se, em 1961, aos territórios de Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé, Angola, Moçambique, Macau e Timor . Até essa data tínhamos ainda o chamado Estado Português da Índia (Goa, Damão e Diu).
Éramos já, nessa altura, o último país com posse de territórios coloniais, apesar da doutrina oficial de que se não tratava de colónias, mas de províncias ultramarinas - com o mesmo estatuto do Minho ou do Alentejo.
Nesses territórios as autoridades portuguesas exerciam discriminação sobre os negros, do tipo do 'apartheid' sul-africano, como era o caso de Moçambique; noutros, havia, de facto, legislação especial para os 'pretos', a quem não eram, quase , reconhecidos direitos. No entanto, era-lhes ensinado a História de Portugal, fazendo-os descender dos "avós lusitanos"; e, em Portugal dito Continental, aprendíamos os rios, montanhas e caminhos de ferro de Moçambique e Angola...

Mas o tempo dos Impérios tinha acabado.
Em Africa, verificaram-se, então, por todo lado, guerras de libertação conduzidas por movimentos nacionalistas. A este desejo de independência, reagiu Salazar, encetando uma guerra colonial que custaria a vida de milhares de soldados e oficiais.

O contributo do Estado Novo para a nação, foi, sermos um país de analfabetos e primatas “bem comportadinhos”. Graças, à promoção do obscurantismo atravéz da educação ideológica e da manutenção em estado de analfabetismo ou semi analfabetismo de grande parte da população (perto de 70%de população rural) Assim foi possível prolongar durante cerca de 50 anos um regime apreciado e não menos vezes evocado por alguns.

A entrevista é um lamentável desfile de afirmações saudosistas a roçar a moralidade.

Milhões de portugueses estiveram com esse homem, à excepção de uma pequena minoria…

Milhões foram os que em 25 de Abril de 1974, sorriram abertamente sem medo, olharam olhos nos olhos uns aos outros e aprenderam a falar livremente.

É verdade que nem tudo correu bem, mas o país hoje nada têm a ver com o Portugal cinzento retardado e amordaçado do Estado Novo.

Podemos orgulhar-nos de ser hoje um povo que soube vencer e rejeitou a "Lição de Salazar". Um povo que encetou uma vida democrática.

A festa foi bonita pá!
Fizemos uma Revolução civilizada, sem mortes (pertenceria à PIDE a responsabilidade dos únicos mortos da revolução de Abril), libertamos os presos políticos, realizamos eleições livres, recuperamos direitos de cidadania longamente usurpados.....

Tenha mazé maneiras.....Sr.

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terça-feira, maio 03, 2005

Pelas estradas de Portugal, Jorge Sampaio, “encanta” os portugueses em mais uma «Presidência Aberta». É incrível. O homem desbobina declarações fantásticas : defender que a GNR “deve andar sem farda nos carros descaracterizados”, para mais facilmente surpreender em flagrante os automobilistas que circulem em excesso de velocidade ou “a elevada sinistralidade rodoviária depende, sobretudo, de uma atitude cívica e educacional”

Um dia destes, ficamos a saber que o azeite vem da azeitona!

De premeio, Jorge Sampaio deixou cair mais uma oportunidade para corrigir a injusta criminalização das mulheres que abortam, inviabilizando o referendo sobre a IVG, até ao fim do seu mandato.

Ciente do seu papel na sociedade, o Presidente faz a agenda. Quando se debatia a saúde, o homem discutia a defesa; quando se discutia a educação, o homem discutia a saúde. Agora quando se devia debater os referendos sobre Interrupção Voluntária da Gravidez e sobre o Tratado Europeu, debate a sinistralidade rodoviária.

Justifica o Sr. Presidente: “não estarem asseguradas as condições mínimas” a uma “participação significativa na consulta”.
Ninguém percebe! Quais condições? Se há tema em que praticamente todos os portugueses têm uma opinião formada é precisamente o do aborto.

Recuemos um pouco!

Muitos dos votantes de Sampaio - e até muitos outros que, não tendo votado nele, dificilmente esqueceram o aval ao negócio privado entre Barroso e Santana, ignorando o que na altura foi um parentérico cartão vermelho à governação de Barroso. Antes, optou por 9 meses de um governo em quem ninguém tinha votado.

Hoje como nessa altura as decisões não surpreendem. Democrata como é, o homem teme as rupturas, mesmo que possam significar uma vitória, sobre o drama de milhares de mulheres.

Sai a ganhar de mais esta triste história é o líder do PSD, Marques Mendes. Mendes, em tempo ameaçou bloquear a revisão constitucional caso o governo levasse por diante referendo do aborto antes do europeu.

As mulheres que se lixem! Elas não importam, que continuem a morrer nos vãos de escada e a serem julgadas por exercerem direitos cívicos garantidos nos outros países europeus. Mendes e o PSD querem o tratado, mas não querem ser europeus...

Cabe à Assembleia da Republica, aos deputados eleitos pelo povo a quem muitos chamam apenas “incompetente”, não alegar “não estarem asseguradas as condições mínimas” e decidir pois têm toda a legitimidade para isso; havendo uma maioria parlamentar a apoiar a iniciativa. É bom não esquecer, que a Interrupção Voluntária da Gravidez, foi tema central das campanhas eleitorais dos partidos PS, PCP e BE, maioritários na Assembleia. Avançar não é mais do que respeitar e interpretar a vontade “hoje” clara dos eleitores sobre esta matéria.

Quanto a Sampaio; já se antevia um triste fim de mandato para Sampaio, o pior Presidente da história do pós-25 de Abril e aquele que ninguém pensou que seria.

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