Já sei porque houve tolerância de ponto!
No passado dia 8 de Setembro comemorou-se o dia Mundial da Alfabetização e, ficamos a saber pelos dados revelados, o que toda a gente quer ignorar; Portugal continua analfabeto.
Convém dizer que existe dia mundial de tudo e mais alguma coisa, só não existe dia mundial da pouca-vergonha dos nossos governantes.
Dia 3 de Outubro começou a “Quinta das Celebridades”, do elenco do programa, entre vários cromos desconhecidos até aqui, surge Avelino Ferreira Torres (recentemente condenado a 3 anos de prisão em pena suspensa e à perda do mandato por crimes de peculato) e José Cartel Branco (marchand de arte e ex(?) travesti).
Pelo que li, qualquer um destes senhores já provou ter talento, pelo que o sucesso do programa está desde já garantido.
Faz todo o sentido este tipo de programa num país membro da Comunidade Europeia.
Mas só aparentemente, porque somos os últimos da Europa em tudo o que é positivo e os primeiros em tudo quanto é mau.
Dentro da Comunidade Europeia, à qual pertencemos pela
boa vontade dos nossos parceiros europeus a par de uma feliz situação geográfica, somos o país com maior índice de iletracia, o que, vem ao encontro das coisas onde realmente somos bons.
Ou seja;
“os mais pobres”, “os menos qualificados”, “a juventude mais alcoolizada”,“os mais deprimidos” só falta dizer “se quer morrer depressa vá a um hospital em Portugal”.
Razão teve o lambe botas do mordomo dos Açores em fugir e mudar o nome.
1 milhão de portugueses não sabe ler.
Só 11% dos estudantes acaba o secundário.
Acima dos 65 anos, 24% dos homens e 41% das mulheres é analfabeta.
Mais:
Dos que são considerados alfabetizados, 7 em cada 10 não entende o que lê. São, portanto, analfabetos funcionais, como é comum hoje dizer.
Para muitos dos que ainda tentam ler, o mais elementar floreado literário passa imediatamente ao lado.
Dos restantes, existe uma grande percentagem para quem as letras quando juntas, permanecem um enigma.
Restam os que lêem jornais desportivos, esse grande designo nacional que o Euro2004 veio exacerbar e revistas cor-de-rosa, onde abundam os Castelo Branco e as Cinhas deste país.
Por fim, sobram os que se recusam a ler e os que compram jornais e revistas de referência.
A dar o nó (cego) nesta embrulhada, aparece no imaginário de muitos, o Alberto, o Avelino, o Narciso e outros tais que teimam em manter o país no obscurantismo.
Razão tem a televisão no “serviço público” que presta com este tipo de reality show.
Afinal podem ser analfabetos, mas não são cegos.
Já sei porque houve tolerância de ponto! “Começou a Quinta das Celebrida