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ESTACA ZERO


terça-feira, maio 03, 2005

Pelas estradas de Portugal, Jorge Sampaio, “encanta” os portugueses em mais uma «Presidência Aberta». É incrível. O homem desbobina declarações fantásticas : defender que a GNR “deve andar sem farda nos carros descaracterizados”, para mais facilmente surpreender em flagrante os automobilistas que circulem em excesso de velocidade ou “a elevada sinistralidade rodoviária depende, sobretudo, de uma atitude cívica e educacional”

Um dia destes, ficamos a saber que o azeite vem da azeitona!

De premeio, Jorge Sampaio deixou cair mais uma oportunidade para corrigir a injusta criminalização das mulheres que abortam, inviabilizando o referendo sobre a IVG, até ao fim do seu mandato.

Ciente do seu papel na sociedade, o Presidente faz a agenda. Quando se debatia a saúde, o homem discutia a defesa; quando se discutia a educação, o homem discutia a saúde. Agora quando se devia debater os referendos sobre Interrupção Voluntária da Gravidez e sobre o Tratado Europeu, debate a sinistralidade rodoviária.

Justifica o Sr. Presidente: “não estarem asseguradas as condições mínimas” a uma “participação significativa na consulta”.
Ninguém percebe! Quais condições? Se há tema em que praticamente todos os portugueses têm uma opinião formada é precisamente o do aborto.

Recuemos um pouco!

Muitos dos votantes de Sampaio - e até muitos outros que, não tendo votado nele, dificilmente esqueceram o aval ao negócio privado entre Barroso e Santana, ignorando o que na altura foi um parentérico cartão vermelho à governação de Barroso. Antes, optou por 9 meses de um governo em quem ninguém tinha votado.

Hoje como nessa altura as decisões não surpreendem. Democrata como é, o homem teme as rupturas, mesmo que possam significar uma vitória, sobre o drama de milhares de mulheres.

Sai a ganhar de mais esta triste história é o líder do PSD, Marques Mendes. Mendes, em tempo ameaçou bloquear a revisão constitucional caso o governo levasse por diante referendo do aborto antes do europeu.

As mulheres que se lixem! Elas não importam, que continuem a morrer nos vãos de escada e a serem julgadas por exercerem direitos cívicos garantidos nos outros países europeus. Mendes e o PSD querem o tratado, mas não querem ser europeus...

Cabe à Assembleia da Republica, aos deputados eleitos pelo povo a quem muitos chamam apenas “incompetente”, não alegar “não estarem asseguradas as condições mínimas” e decidir pois têm toda a legitimidade para isso; havendo uma maioria parlamentar a apoiar a iniciativa. É bom não esquecer, que a Interrupção Voluntária da Gravidez, foi tema central das campanhas eleitorais dos partidos PS, PCP e BE, maioritários na Assembleia. Avançar não é mais do que respeitar e interpretar a vontade “hoje” clara dos eleitores sobre esta matéria.

Quanto a Sampaio; já se antevia um triste fim de mandato para Sampaio, o pior Presidente da história do pós-25 de Abril e aquele que ninguém pensou que seria.

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