Convenhamos que nos tempos que correm nada melhor que ouvir Alberto João, no must “circo no Chão da Lagoa”
Este ano, o homem esteve uns furos abaixo do seu melhor, mas afinal “se não há dinheiro também não há palhaços”
De qualquer maneira o futuro do circo está garantido, a ver pelos dois figurantes que secundarizaram Alberto João.
A começar pelo truculento secretário-geral do PSD Madeira, Jaime Ramos (até o nome soa a fascista).
Deve existir uma relação entre o tom de voz, os tiques constantes (com que esta figura inicia as hostilidades) e o grau de álcool no sangue?
Afinal este é o homem que em tempos afirmou:
“...há grandes ligações entre os traficantes de droga e os homens de esquerda deste país”
ou ainda:
“... antes do 25 de Abril eram os fascistas que não nos deixavam ser autónomos” e que “agora são os sociais fascistas, alunos de Cunhal como José Magalhães, que querem “colonizar” o “povo competente e superior” deste arquipélago.
Tambem Filipe Ramos (presidente da JSD Madeira e filho de Jaime Ramos) moço com potencial enorme, para envergar uma braçadeira com suástica, vive na ideia de que a URSS ainda não acabou.
Que os comunistas comem criancinhas, melhor seria que este pequeno SS meter a cabeça na agua e se deixar ficar por lá.
Deixemos os figurantes e vamos ao artista. Este ano o homem esteve apagado.
Digo isto porque lembro-me de uma primeira pagina do Jornal Tal & Qual onde o homem aparecia em cuecas, sempre grotesco e rasca.
ou
de copo de whisky na mão, a rir-se, no meio da sua trupe carnavalesca.
ou ainda,
vestido de palhaço, a fazer um manguito com o dedinho espetado para cima e a proclamar eufórico:
“ quero que se foda a Assembleia da republica! Já disse que me estou a cagando para Lisboa!”
ou
“Lisboa está a mando dos “lobbies” da comunicação social, dos gays e da droga”
ou ainda:
“Porque não somos escravos, vamos dar uma resposta aos colaboracionistas dos colonialistas”
tudo isto, faz-me esperar sempre mais de Alberto João, o problema é que o discurso foi exprimido ao longo de anos.
Isto é:
Na Madeira limpos, bonitos e bons, no “Contenente” feios, javardos , maus, gatunos, corruptos e por ai.
No Circo do Chão da Lagoa, o homem é uma benção para as televisões, jornais e rádios que querem é canalhada para a fogueira dos noticiários.
Por sua vez o homem corresponde fazendo tudo para chamar as atenções. Nem que para tal tenha de repetir a cena duas vezes para ficar no boneco.
Este político com um comportamento inqualificável, faz com que o circo do Chão da Lagoa soe sempre a deja vu.
Na grande festa do PSD Madeira, Alberto João começa o dia bem cedo com uísque, ponche, canecas de cidra, de permeio vai mais um chicharros, cerveja e o filme repete-se mais ou menos assim pelo resto do dia até à hora do comício.
Não é em vão que os seus seguidores diziam
“os militares dão a vida pela Pátria; Alberto João dá o fígado pela Madeira”
Durante o comício, debita umas ordinarices para aquecer o povo que responde em delírio tudo isto misturado com as intervenções da troglodita dupla Jaime/Filipe Ramos. Só para citar alguns.
A imagem que fica da festa do PSD Madeira, é a imagem do Portugal profundo. Do Portugal dos Albertos, dos Avelinos, das Felgueiras, dos Narcissos e outros tais quiçá menos médiaticos.
Sujeitos de discurso fácil mas que de tão insecável e ao gosto do povão os torna verdadeiros heróis.
Como se falassem sempre para criancinha. São estes senhores que se eternizam nos cargos públicos a bem dos superiores interesses das suas clientelas políticas e empresariais e de toda a trupe que os rodeia.
E tudo isto se consegue com um, pouco de circo, mais uns dinheiros para os clubes lá da terra, mais a inauguração de uns campos de bola e pouco mais.
Já Salazar dizia:
“ um povo culto é um povo triste”
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